Luizinho e limeira

As duas cruz de ferro

Luizinho e limeira
Falado:

Seu moço eu lhe peço agora três minutos de atenção
Pra contar a triste história que enlutou meu coração
Aquelas duas cruzes de ferro pretas como o carvão
Fui eu que fiz e finquei lá no fundo do grotão
E onde sempre moço faço a minha oração.

Cantado:

Eu viajava a cavalo lá na serra do pinhão
Caia uma tempestade, roncava feio o trovão
Depois que a chuva parou passou por mim um caminhão
O chofer que me saudou era meu filho João.

Meu filho descia a serra, tava molhado o estradão
Nessa hora outro gigante subia cortando o chão
Meu filho deu uma brecada, derrapou foi contra mão
E os gigantes se chocaram num medonho barulhão.

Ao ouvir aquela estrondo dei um grito de aflição
Os dois gigantes rolaram lá no fundo do grotão
Nunca mais hei de esquecer aquela triste visão
Dois corpos carbonizados lá na cinza da explosão

Das ferragens dos gigantes eu tirei a direção
E fiz estas duas cruzes que é o símbolo dos cristãos
Numa cruz ta enterrado o meu pobre filho João
Na outra meu filho Juca, chofer do outro caminhão.

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