A idade da pedra bubônica
Lula côrtes
Deitada na rua a menina nua ,vendendo seu corpo para qualquer um
Sem ter cerimônia e morrendo de insônia, mergulha pra lugar nenhum
Deitada na praça, cheirando a cachaça, com o rosto sem graça
A menina nua, na nuvem de crack
Na sombra do muro, envolta no escuro flutua
Sem ter cerimônia e morrendo de insônia, mergulha pra lugar nenhum
Deitada na praça, cheirando a cachaça, com o rosto sem graça
A menina nua, na nuvem de crack
Na sombra do muro, envolta no escuro flutua
É a idade do caos, é a idade do mal
É a idade do roubo, é a idade do crime
A idade do estorvo,onde a vida é irônica
É a idade da pedra bubônica
E com um pouco de pó, um pouco de fogo
Com bicarbonato de sódio
O olho piscando, o rosto tremendo e a alma vestida de ódio
É a idade das nuvens, é a idade sem cor
É a idade sem paz, o dinheiro, a ganância
É a idade da nóia, o cavalo de tróia
É a idade da pedra bubônica
É a idade do roubo, é a idade da morte
É a idade da fuga, é a idade da dor
É viver sem amor nessa vida satânica
É a idade da pedra bubônica
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