Lynhas de montagem

Fantasmas do centro velho

Lynhas de montagem
Eu corro
Eu ando, eu fujo
Na direção do bairro do porto
Eu grito e me atiro no vazio
Dentro do rio

E eu vejo a morena cabocla banhando
E uma lua cor de pequi
Minha visão se perde nesse mar de sentir
E eu me preparo pro dia que vem, que vem

Boa esperança me abraça
E eu já não fico sem graça
Já passou o tempo de chorar e de sofrer

Eu durmo, acordo e vivo
No centro velho em que a memória passeia
Antepassados sussurrando baixinho em meu ouvido
Trezentos anos de espreita.

E eu sinto meu sangue de índio fervendo
Sou xamã, garimpeiro, sou negro
Colonizando meu quintal de enorme vazio
Eu me preparo pra noite que vem, que vem

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!