Malakov

Fala, rosa!

Malakov
Ao pé da folia na misericórdia
Bate um congá, bate um pé, bate um pé, bate um pé,
Bate um pé
Pela mão esquerda do dorso a palma
Bate uma palma e num instante o silêncio se cala
Não te calas

No coração da farra, sorriso quando ouviu
Entre bordões, fanfarras, saliva e nanquin

De perto o gigante é maior a cartola
De terno verde a lapela enfeita uma rosa
Fala Rosa!
A chuva que cai arrepio que passa
Pela espinha da índia que um dia foi minha
Chuva fina

Lança bufões, fantasmas, romance e quadris
Íris pintou na face o lorde da marim

A graça da lira harmonia em tudo
O passo da ave avisou o retorno ao futuro
Viva Antúlio!
Das tropas de fé que dobravam esquinas
Todas formadas de ursas malucas tão lindas serafinas

No beco das caladas brilha o ardil porvir
Glória ao amante afaga, que embriagado ri

Enquanto a capa esconde a conquista
Nasce o amor da cigana pelo ilusionista na justiça
O passo marcado pulando sarrafos
Entre tesouras de pernas cortando o asfalto
Mascarados

Fogo ateou na palha acendendo o pavio
Chama na Sé espalha, segura quem sair

Quando o clarim te acorda
Destrava a porta que devo abrir
Passa o batom cor da aurora
Deixa teus lábios, oh bela! em mim

Soam tamborem em prosa
Baque arrebenta o canavial
Toda poesia da mata
Vira sonata armorial

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