Hipérbole
Marcelo sol postoE uma bipolaridade de atriz
Ela é realística e utópica
Seu olhar vidrado nada nos diz
Sempre marejados qual chafariz
Ela é instigante e misantrópica
Já cansou da ladainha, se aborreceu com a vizinha
E já voou pro infinito qual vaga-lume
Qual andorinha, qual joaninha, qual condor
Comparando o que ela sonha, com o que existe de verdade
É um exagero à flor da pele
Que enlouquece, que entorpece e que transcede
Transcede uma hipérbole
Ela desperta em seus sonhos uma sensação de nunca mais
Em toda a sua decência, ou em sua concupiscência
O seu pensamento corre e conduz
Numa rapidez de anos luz
À beira do abismo da paixão
Ela traz calor no seu olhar
Mas às vezes traz um gelo polar
São os dois lados do seu coração
Não se pode com o tempo, é inevitável como o vento
Tampouco pode embriagar-se em velhas taças
Já derramadas numa calçada de desamor
Já sofreu tanta nefasta por gente de toda casta
E a sua amiga lhe negou um beijo do namorado
Pôs seu retrato afixado no quadro da dor
Ela vai amar para sempre esse hediondo rapaz
Mesmo que a mulher dos seus sonhos não lhe abandone jamais