Llantos de vida costeira
Marco lima
Nasci na lida costeira
Do ventre de um sapucay
Meu catre foi uma balsa
Se embalando no Uruguai
Do ventre de um sapucay
Meu catre foi uma balsa
Se embalando no Uruguai
Do interior das águas mansas
Vem a hóstia do alimento
Pois Tupã deixou nas águas
A prata do meu sustento
Sonho de rio e de peixe
Cantiga de corredeira
Minha vida é barro de enchente
Perigo é sina chibeira
(Por isso rezo uma prece
Cada vez que sai o sol
Pedindo a Deus proteção
Que me alcance a luz do pão
Em cada isca do anzol)
Na garupa do caíque
Passo eu o dia inteiro
Me criei domando as ondas
Deste meu rio missioneiro
Entre piavas e dourados
E algum bagre caborteiro
O destino descarnador
Engoliu meu sonho inteiro
Vida vem e vida vai
Meu llanto é água de rio
Paisana que foi embora
Num barco que se sumiu
(Por isso rezo uma prece
Cada vez que sai o sol
Pedindo a Deus proteção
Que me alcance a luz do pão
Em cada isca do anzol)
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