A voz da razão
Maria marianaQuando não se sabe o outro lado
É fácil dizer ser certo
Quando não se conhece o errado
É simples gostar do insípido
Quando não se sabe o que é sabor
É normal dizer que ama sem saber
O que é o amor
Tem gente que diz
Que não tem preconceito
Mas porque eu tenho dreadlocks e tattoo
Me olha torto e me falta com respeito
Mas eu não ligo não
Quem tem boca fala o que quer
Já teve marmanjo que veio me dizer
Que eu não podia só porque eu sou mulher
Ôh motorista, a que ponto nós chegamos?
Esse buzu tá cheio de desigualdade, desamor e discriminação
Ôh motorista, quero descer, eu tô pedindo ponto
Eles escutam a voz da intolerância, mas não ouvem
A voz da razão
A voz da razão
Você diz que não tem preconceito
Mas acha que é ladrão só porque o menino é negro
Você diz que não tem preconceito
Mas olha com espanto porque o meu cabelo é crespo
Você diz que não tem preconceito
Mas não dá valor porque vem da favela
Você diz que não tem preconceito
Mas a sina do nordestino é ser empregado ou motivo de comédia
Ôh motorista, a que ponto nós chegamos?
Esse buzu tá cheio de desigualdade, desamor e discriminação
Ôh motorista, quero descer, eu “tô” pedindo ponto
Eles escutam a voz da intolerância, mas não ouvem
A voz da razão
A voz da razão
A voz da razão
A voz da razão
A voz da razão