Meliantes

Meus chegados

Meliantes
Tô no rolé
Guarulhos, Sampa, Rio
Gasto a sola do pé
Osório, Tramanda, Porto Alegre e Imbé
Na banca nunca cola mané
Henrique, Chicão samurai, Pelé
Só os fortes de fé
Jorge mantém de pé
Branco, preto, rico
Pobre, homem, mulher
Já é
O Mike tá na gringa na fé
Não vai na sorte
Segue forte de fé

Não colo com mandado
Só ando com chegado
Seja lá no 9 ou no Corcovado
Todo mundo sabe o que acontece
E o que compromete
É que a pilantragem cresce

Um Meliante
Apertando e passando aperto
Vai adiante
Segue constante
Chinês sem medo
O tempo voa
Não tem tempo pra lamento
Seja Budista, Cristão
Rastafári ancião, roots
Amanheceu
Já tá de prontidão
Toma uma média
Passa manteiga no pão
Professor tá na mão
Com o salário no chão
Sem moral com o patrão
Lava bala de borracha
Apanha, é jogado no chão
Os "homi" tem disposição
Pra outras coisas não
Tipo Coca na geladeira do patrão
Moleque de dez anos
Passando bucha não é ficção
Não mostra na novela
Não passa na televisão

Não colo com mandado
Só ando com chegado
Seja lá no 9 ou no Corcovado
Todo mundo sabe o que acontece
E o que compromete
É que a pilantragem cresce

Ela tá nua e crua
É a realidade da rua
A regra do jogo é
Eu faço a minha
Você faz a sua
A vida é frágil
Sem ágil
Mal entendido, condenado
Delito bem mais grave
É baseado em fatos reais
Salta aos olhos dos mortais
Deixa desatinado
Olhos da Cara, né Jão?
Érico, nosso irmão
Há pouco paizão
Cabelo branco, corpo fechado
Tattooado, riscado
Se foi aos 36
Partiu antes do combinado
Sempre será lembrado
Partiu do coração
Partiu nosso coração
Pimenta malagueta no olho do peão

Não colo com mandado
Só ando com chegado
Seja lá no 9 ou no Corcovado
Todo mundo sabe o que acontece
E o que compromete
É que a pilantragem cresce

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