Teu calor, como espinilho,
Braseando um fogo de chão,
Vem secar-me das angústias
De uma chuva solidão.

Teus olhos, duas estrelas
Candentes pra meus desejos.
Verdes brilhos que se apagam
Sob a nuvem dos meus beijos.

Tua boca é uma cacimba
De saliva cristalina,
Mata minha sede de amor
E a vertente não termina.

Teus cabelos cor de trigo,
Ondulados nos lançantes,
Onde meus dedos galopam
Na ansiedade dos instantes.

Tuas mãos, casal de garças,
Em meu corpo vêm pousar
Para buscar emoções
Na leveza do andejar.
Se na estrada do carinho
Nos tornamos dois andejos,
Quero léguas de caminhos
Pra saciar os meus desejos.

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