Pala branco encobrindo sesmarias,
Espelho claro, pedaço de céu campeiro,
Onde o vento, pacholento, assovia
Repontando mansas tropas de veleiros.

Sanchuri, mundéu de águas nativas
Que serpenteando levam vida aos arrozais.
Um viveiro de dourados e piavas
E outros tantos que nos rios já não tem mais.

Sanchuri, Sanchuri,
Dos meus tempos de guri,
Anzol de alfinete,
Caniço de sarandi.

Tuas águas sarandeando em marolas
Formam escamas prateadas ao luar,
Onde o poeta, escondido atrás da viola,
Espia a Lua que vem nua se banhar.

Sanchuri, dos pôr-de-sóis da querência
Onde a violência deste mundo se desfaz.
E quando a noite borda de estrelas tuas águas,
Em teu leito o pago adormece em paz.

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