Revivendo
Moacyr e sandraQue estou pisando de novo essa terra
Deliciar os meus olhos com o verde
E beber da fonte no pé da serra
Trilhar os mesmos caminhos
Que foram um dia de minha infância
Banhar lá na cachoeira
Correr os campos como criança
Reviver os velhos tempinhos
Dos bailes e festas do grande terreiro
Vou matar a saudade de outrora
Batendo um papo com meus companheiros
Levantar de manhã bem cedinho
Pra ouvir o canto da passarada
Apreciar o intrincado desenho
Que faz a rolinha na areia da estrada
É bonito e perfeito o contraste
Do céu e serra na imensidão
A velha porteira de arame,
A velha pinguela do ribeirão
Vou molhar minhas barras de calça
Com cheiroso orvalho do amanhecer
Contemplar o por do sol
Com seus raios dourados do entardecer
A perfeita harmonia de cores
Que leva o poeta à inspiração
Os encantos da flora e da fauna
Embriagam minh'alma e o meu coração
A cantiga de um carro de boi,
O velho carreiro de modo gentil
Propagando seu canto dolente,
Banhando nas tardes primaveril
A escolinha na beira da estrada
Que a professora com dedicação
Me ensinou o bê-a-bá
E plantou no meu peito a primeira paixão
É por essa razão que estou
Tão radiante e feliz da vida
Não é sempre que posso pisar
E de novo abraçar a terra querida
Hoje apesar do cansaço
Vou dormir mais tarde para apreciar
A lua banhando as campinas,
Estrelas no cosmos a cintilar
Tudo isso me trás prazer,
A a felicidade mora por aqui
Eu espero voltar de uma vez
E morrer nessa terra que nunca esqueci.