Molodoys

Balada para os peixes abissais

Molodoys
Ouvi dizer que pra se viver tem que haver a luz do Sol
Mas também há vida nesse abismo
Tão genuína quanto la em cima e talvez mais
Lugar onde a luz não vem
Mas é criada neste além
E para muitos daqui ela simplesmente não convém

Calor, pra quem?
Amor, pra que?
Eu posso sentir, eu nem preciso ver
Pressão demais me faz viver
Viver em paz
Sem ninguém pra me abater

Ouvi falar que eles vão chegar iluminando o nosso naufrágio
Pra então nos enlatar
E enfim nos exaltar
Por este nosso corpo adaptável

É a mente sã que está por vir
Envolta em lã e pele de faquir
Aruanã tentou fugir
Adoniran calou-se ao descobrir

Ó mar salgado pelas lágrimas de linguado
Calou-se com o abafado tiro de arpão
Eu não quero luz, não
Só a escuridão manterá os meus pés no chão

Lá se vai o entra-e-sai marchando para o fim do cais
E tudo que eu deixei pra trás
Foi porque eu ouvi

A voz do mar é como um grito
Bate seco ao pé do ouvido
A vida é imensa, entendam isso!
Mas se vai sem dar nenhum aviso

Ó mar salgado pelas lágrimas de linguado
Calou-se com o abafado tiro de arpão
Eu não quero luz, não
Só a escuridão manterá os meus pés no chão

Então deixa ela vir

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