Nene altro e o mal de caim

É vício não querer deixar morrer

Nene altro e o mal de caim
Passos curtos e discretos,
Amanhecemos sem jeito.
Escorremos entre os dedos,
Guardamos mil desejos.
Por trás de lentes escuras
Protegemos do vento
Olhares tão inseguros,
Idades e segredos.

E é tão errado,
Arde na pele e possui o ser.
É vício não querer deixar morrer.
Entediados, desesperados,
Fingimos não saber
Que é vício não querer deixar morrer.

Ateus de seitas dispersas,
Celebramos mil deuses
E contamos as desgraças
De noites e espelhos.
Confusos e embriagados,
Sentimos tanto medo
Das promessas e descrenças
Infestadas em nós mesmos.

E é tão errado,
Arde na pele e possui o ser.
É vício não querer deixar morrer.
Entediados, desesperados,
Fingimos não saber
Que é vício não querer deixar morrer.

Acordamos nas sarjetas
Exalando desespero.
Esperamos tanto tempo
E é tão injusto não termos
A certeza de que o dia
Já não será mais o mesmo
Ou mais drogas pra curar
O vazio de nossos erros.

E é tão errado,
Arde na pele e possui o ser.
É vício não querer deixar morrer.
E de tão jovens somos tão mortos
Querendo viver.
É vício não querer deixar morrer.
E entre mundos arruinados
Fingimos não saber
Que é vício não querer deixar morrer.

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