Nepentes

Meia noite

Nepentes
Estou longe
Da civilização
Posso ouvir os meus passos
Ruidosos no chão

Não é solidão
O que sinto quando estou aqui

Só gosto da reflexão
A noite reflete o dia inteiro
O espelho dos olhos
É o pensamento

Dá pra ouvir o medo impondo
Velocidade
Em sapatos e automóveis
E o coro sedento do inferno
Da cidade
Com os músculos ainda cansados
Dorme

O mundo nos deu um giro em torno de si desde a última meia noite

Não há como fugir e tirar de vez
A máscara
Amanhã serei o mesmo de novo
E em cada novo
Eu mesmo

Tudo o que passou é ontem e o amanhã não poderia estar mais longe

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