Oddish

Nuvens (versão final)

Oddish
Olho pras nuvens em busca da forma que não me transtorna
E me conforta de maneira que reanima a calma morta
Abrindo a porta da imaginação, levito nas reflexões
Rabisco no céu, rasgado pelos aviões
E mentalizo em tudo que preciso, de jeito preciso
Me organizo em busca de motivos para um bom sorriso
É possível esboçar a trilha em cima das nuvens
Mas com pé no chão, precaução, senão elas te iludem
Talvez mudem, dependem das milhões de percepções
Naves, carros, armas, corações, também dragões
Que não cospem fogo e mesmo assim queimam teus neurônios
Dão toques surreais em meus internos pandemônios
Pois me fazem, saber que olhares para o céu trazem
A permissão para que sentimentos extravazem
Tenho calma, versados purificam-me de trauma
Dilato minhas idéias feito poros numa sauna
Valho-me de cada olhada nessa arte insana
Cachola queima feito chama, corpo deitado na grama
Mas do sono desdenho, a lucidez mantenho
Globo ocular vira pincel, que pelo céu desenho
Propagam-se ativos, fabricam tais alívios
Com toda positividade me faz ter convívio
Desbravo o infinito já me sentindo bem vindo
Onde combato mitos sobre Cúmulus e Nimbus

[Refrão]

Nuvens, olho pras nuvens
São como meus tormentos, fazem movimento
E são levados pelo vento
Nuvens, olho pras nuvens
Voando lento, se empurrados pela brisa
Pelo céu passam correndo
Nuvens, olho pras nuvens
Entender tento e me contento
Em saber que são decifradas pelo tempo
Nuvens, olho pras nuvens
Me lembram pensamentos
Claros de alegria ou nublado por meus lamentos

E tipo o sol aclarar, todo o brêu expurgar
Como nuvens brancas, palavras francas no ar
Sinceridade pura que deletam ondas obscuras
Entregando a cura, pra ser liberto da clausura
E quando o céu tá limpo, também significa o próspero
Tão expressivo, quanto barulho de helicóptero
Algo tão vivo, transforma em curativo o mórbido
Esparecido fico, tomo distância do tórrido
E é lógica a serenidade estampada no meu rosto
Exploro o céu com os olhos, semblante tranquilo exposto
Cara de quem não deve, gargalhada breve
Pra quem se atreve a sonhar, até em Salvador tem neve
Não faço greve de pôr os pés no solo
Mas planando pela estrada lamacenta é bom que não atolo
Decolo em cavalos alados, deixo rabiscados
Há trinta mil pés de altura, vários anjos grafitados
Eternizados feito tatuagem no divino
No tom esbranquiçado das nuvens que me defino
Traço singelo, bela obra estilo pintura
Levados pelo sopro vão fugindo das molduras
Parecem vivas passeando pelo azul gigante
Chegada a noite, mostram todo seu cinza marcante
São como afagos ou corte brusco de foice
Naqueles que pensam que são feitas de algodão doce

[Refrão]

Nuvens, olho pras nuvens
São como meus tormentos, fazem movimento
E são levados pelo vento
Nuvens, olho pras nuvens
Voando lento, se empurrados pela brisa
Pelo céu passam correndo
Nuvens, olho pras nuvens
Entender tento e me contento
Em saber que são decifradas pelo tempo
Nuvens, olho pras nuvens
Me lembram pensamentos
Claros de alegria ou nublado por meus lamentos

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