As chuvas

Tu já cansou de escutar meus problemas
Nem sei mais se ainda aguentas
Sim, foi meu erro pôr-me a pensar ainda no começo
Será que tu és minha luz no fim do túnel?

Não sei se alguma vez já se importou
Mas eu estou cansado de me importar
Sei que, como todos, sozinha tu já chorou
Mas eu já cansei de te ver reclamar

O ‘adeus’ de todas as partidas
Sempre traz uma última lágrima sincera
Um sorriso inocente que já passou
E eu aqui falando sobre ela

Os anjos choram lá fora
Como eu fico assim por dentro
E o céu tão escuro que está
Faz-me lembrar das cinzas do passado

O ‘adeus’ daquela sua partida
Trouxe-me uma última lágrima sincera
Um sorriso inocente que já passou
Já não penso, já não vivo sem ela

Um fogo que queima em minha alma
Aos poucos se apaga e pára
Na solidão tão tormenta
A pergunta nunca, nunca cala
Quando a chuva cessará do meu peito?

E em meu rosto resplandece esse fogo
E sem inspiração alguma a pensar
Vejo lágrimas não mais de tristeza
Percebi que eu não quero mais acordar

O ‘adeus’ de todas as partidas
Sempre traz uma lágrima sincera
Um sorriso que um dia foi importante
E tudo o que era importante, já era

O que realmente causa essas partidas?
O que faço para não te ter?
Qual seria o motivo de escrever agora
Se eu sei que logo tu vais me esquecer?