Carta sambembolada
Paulino neves
Trombei um sujeito numa dessas fitas de bacana
Diz que esperou por mais de uma semana pra finalmente me entrevistar
Sentindo-me honrado, puxei uma cadeira pra trocar uma letra
Tirou do bolso dourada caneta, tinha um CD pra eu autografar!
Fiquei lisonjeado, c'a consideração daquele magnata
Que a atitude valeu mais que a prata
Ía até pedir um quente pra junto a gente tomar
Porém sequer deu tempo, o indivíduo foi mudando a prosa
De uma maneira nem um pouco amistosa
Mostrou que foi no samba pra me esculachar!
Diz que pensou "estar" enterrado com o Bezerra o que chamou de "sambandido"
E como é que eu ainda não havia percebido
"Que malaco com cavaco no barraco encheu o saco!"
Diz que já fabricou uns bambas e que meu samba não interessa à mídia
E que se eu quisesse mesmo algo na vida
Que nunca mais fizesse música tão comprida
Caso me interessasse, que começasse por aquela pista:
"Biografia e formação, meu irmão, é tudo num artista!"
Se diz letrista, musicista, jornalista,
Pesquisador, professor, doutor, incentivador...,
Conhecedor da alma dos grandes sambistas!
E outros ólogos e astas que nem coloquei na lista
Porque eu só queria que rimasse c'a minha dor e no final coubesse o vigarista!
Fiquei foi p da vida! Uma câmara escondida até pensei que fosse
Quis saber da malandragem: "Quem trouxe
Um pilantra daqueles pra falar comigo?"
Todo vestido de branco com chapéu de palhinha e ainda saiu pagando
Que na pesquisa dele é que mora o malandro
E que "seu" samba antigo nada tem a ver comigo!?
Foi rebolar lá no canhão da luz parecia o Coisinha de Jesus! (Bis)
Escuta aqui seu Zé Ruela, pelo jeito, a favela você nem conhece
E infelizmente não sabe ou se esquece o que realmente permeia um samba genuíno
Canto samba desde de menino sob as bençãos da minha "velha" guarda
Tem mais de um que lá no céu me aguardam: foliões de uma bandeira só!
Quem traz o samba na veia mesmo rotulado é um elo da teia
A sua bocona é cheia de areia ainda bem que não tomou do meu goró
Pelo tamanho da retórica você teria que ter mais habilidade
Não é porque levou o samba pr'uma faculdade que o resto das vertentes viraram pó...
Muito pelo contrário nem um estudante, otário, pensa assim
Qualquer monografia se tim tim por tim tim vai ter "malaco com cavaco enchendo o saco no barraco!"
Dificilmente um Zé Mané metido num falso intelectualismo
Cientificamente provará porque o contemporanismo impõe ao malandro malabarismo!
No fundo no fundo mesmo com seu papo imundo ainda peço desculpas
Trabalha pr'um cabeção que é quem tem a culpa: a ideologia dele aos poucos lhe trespassa!
Pra evitar desgraça não engraxa mais a praça onde meu samba passa
Eu canto até de graça sobrevivo de um trocado garimpado lá na praça
E não vai ser de um "sambobo" da corte que um "sambandido" vai virar caça!
Diz que esperou por mais de uma semana pra finalmente me entrevistar
Sentindo-me honrado, puxei uma cadeira pra trocar uma letra
Tirou do bolso dourada caneta, tinha um CD pra eu autografar!
Fiquei lisonjeado, c'a consideração daquele magnata
Que a atitude valeu mais que a prata
Ía até pedir um quente pra junto a gente tomar
Porém sequer deu tempo, o indivíduo foi mudando a prosa
De uma maneira nem um pouco amistosa
Mostrou que foi no samba pra me esculachar!
Diz que pensou "estar" enterrado com o Bezerra o que chamou de "sambandido"
E como é que eu ainda não havia percebido
"Que malaco com cavaco no barraco encheu o saco!"
Diz que já fabricou uns bambas e que meu samba não interessa à mídia
E que se eu quisesse mesmo algo na vida
Que nunca mais fizesse música tão comprida
Caso me interessasse, que começasse por aquela pista:
"Biografia e formação, meu irmão, é tudo num artista!"
Se diz letrista, musicista, jornalista,
Pesquisador, professor, doutor, incentivador...,
Conhecedor da alma dos grandes sambistas!
E outros ólogos e astas que nem coloquei na lista
Porque eu só queria que rimasse c'a minha dor e no final coubesse o vigarista!
Fiquei foi p da vida! Uma câmara escondida até pensei que fosse
Quis saber da malandragem: "Quem trouxe
Um pilantra daqueles pra falar comigo?"
Todo vestido de branco com chapéu de palhinha e ainda saiu pagando
Que na pesquisa dele é que mora o malandro
E que "seu" samba antigo nada tem a ver comigo!?
Foi rebolar lá no canhão da luz parecia o Coisinha de Jesus! (Bis)
Escuta aqui seu Zé Ruela, pelo jeito, a favela você nem conhece
E infelizmente não sabe ou se esquece o que realmente permeia um samba genuíno
Canto samba desde de menino sob as bençãos da minha "velha" guarda
Tem mais de um que lá no céu me aguardam: foliões de uma bandeira só!
Quem traz o samba na veia mesmo rotulado é um elo da teia
A sua bocona é cheia de areia ainda bem que não tomou do meu goró
Pelo tamanho da retórica você teria que ter mais habilidade
Não é porque levou o samba pr'uma faculdade que o resto das vertentes viraram pó...
Muito pelo contrário nem um estudante, otário, pensa assim
Qualquer monografia se tim tim por tim tim vai ter "malaco com cavaco enchendo o saco no barraco!"
Dificilmente um Zé Mané metido num falso intelectualismo
Cientificamente provará porque o contemporanismo impõe ao malandro malabarismo!
No fundo no fundo mesmo com seu papo imundo ainda peço desculpas
Trabalha pr'um cabeção que é quem tem a culpa: a ideologia dele aos poucos lhe trespassa!
Pra evitar desgraça não engraxa mais a praça onde meu samba passa
Eu canto até de graça sobrevivo de um trocado garimpado lá na praça
E não vai ser de um "sambobo" da corte que um "sambandido" vai virar caça!
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