Cadê o gaúcho
Paulo mattosQue nesses campos ele é o pai de uma nação
Foi índio guapo, foi charrua, foi guerreiro
Sempre o primeiro a lutar por este chão
Mas os minuanos anunciaram o fim dos tempos
O pai morreu e foi com ele a tradição
O chapéu velho que ele usava hoje é lamento
Baeta, espora e chiripá nos deixarão
(Cadê o gaúcho, cadê o gaúcho
Que andava livre em seu cavalo amigo, irmão
Tantas peleias mas ficaram na esperança
Seus sonhos tantos que forjaram este chão
Cadê o gaúcho, cadê o gaúcho
De lança e adaga e um sapucai preso à garganta
Mateando ao vento como senhor das fronteiras
Pega a bandeira do rio grande e te levanta)
Foi guardião na batalha de caiboaté
E nos porongos foi lanceiro e como lembro
Da erva ao charque sempre defendeu com fé
Ficou pra história pelos feitos de setembro
Mas um passado não pode ficar de pé
Se os novos frutos não honrarem as vitórias
Sementes secas como ferrão de guaxupé
Transforma o homem num gaúcho sem memória