Purano

Epifania

Purano
Sempre estará ali
Confiantes, deixamos
Pra cuidar depois
Não há pressa, pensamos

Num amanhecer qualquer
O sempre estremesse
O depois esmaece
A pressa se instala

Memórias embaralhadas
De um rosto comum
Que ali sempre esteve
Impávido e eterno

Celebram o agora
Como o único sempre
Que logo poderá
Não mais estar

E o depois chegará
Estupefactos, vemos
Novo agora virá
Ainda que neguemos

O quando se apresenta
Com a fatal questão
Com resposta tão certa
Quanto qualquer decisão

Do acaso
Da natureza
E da infalível lei
Da ação e reação

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