Baião de um só

Conheci um menino no brasil
Ele não sabia ler nem escrever
Mas me disse 'ainda hei de enricar
Com a nobreza desse céu azul anil'

Trabalhava feito um condenado
Passava a noite acordado
Lavando chão pra cabra rico
Ficar comendo a secretária

Se cansou da vida penitência
E foi procurar a solução
Botou as trouxa em cima da costa
E foi conhecer sua nação
A pátria de que tanto ele ouvira
Nem parecia tão amada
Tava repleta de ladrões
Que desmatavam a mão armada

Visitou de norte a sul
Lindas cachoeiras, altos prédios
Mas todo dinheiro que ele ganhou
O cara da capital levou
E depois de tanta frustração
O garoto largou tudo
Sentou no banco duma praça
E foi tocar seu violão

Pela primeira vez se sentiu rico
Quando ouviu alguns aplausos
E o menino que nem sabia ler
Sim, podia ser amado
Mas como todo grande talento
No Brasil não se firmou
E aquele garoto pobre
Hoje é sucesso no exterior