República popular

Um dia sem cor

República popular
São tantos gritos, tantas vozes ecoando
Só que ninguém vai ser capaz de responder
Minhas próprias pressões martirizando
Uma parte de mim que ainda quer viver

É como olhar pro céu e não ver mais a Lua
É como pisar no chão e não sentir firmeza
É como despir a mentira e deixa-la nua
É como chorar de alegria jorrando tristeza

Onde estão os rabiscos que um dia eu fiz?
E meu remédio pra essa dor exagerada?
Estão na memória de um menino feliz
Ou, quem sabe ainda, na mente debilitada

Se prenderam meu selvagem, ainda eu não sei
Se me arrancaram a liberdade de sonhar
Não tenho culpa de passar o que eu passei
Sou ser humano e só assim pude gritar

Fez-se da vida
Um túmulo de restos
Onde se planta a dor sofrida
Pra colher, então, rancor

Ferimos com nosso veneno
Todos os protestos
Que lutaram pela vida
Num dia sem cor

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