República popular

Verde coração

República popular
Desde que nasci
Sempre soube que não era
Muito bem aqui
O meu real lugar

Sentimento nu
De sair riscando a fora
Esse céu azul
Pra nunca mais voltar

Voar
Pra bem longe
Bem longe daqui

E sempre que puder
Mandar notícias minhas
Pra quem bem me quer
Quem não me esquecer

E com a saudade ir
Porque no peito sobra espaço
Pra se dividir
E então continuar

Voar
Pra bem longe
Bem longe daqui

Cansei de imaginar
Uma história pra contar
Um caminho colorido
Pra dizer que fiz

Não vou mais segurar
O desejo de migrar
Um instinto que me faz acreditar
Que só assim vou ser feliz

Porque todo menino
Carrega um sonho profano
Desde sempre um destino
Do húmus a, enfim, ser humano

Vou voar pra longe daqui
Voar pra bem longe
E sem olhar para trás
Vou viver

E os barrancos da margem que me viu crescer
Eu nunca mais vou por o olhar
E o verde da mata que me concebeu
Só asfaltos me farão lembrar

O coração vai sempre bombear ao corpo
A saudade daquele lugar
Mas o húmus a me abraçar como um todo
Eu ainda hei de encontrar

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