Roberto agra

Folclore

Roberto agra
Seu moço, num me ignore
Mas, o tá folclore, o que quer dizer
Que bicho danado é esse?
Que o povo assunta e a gente num vê

Folclore, o que é folclore?
O que é folclore você vai saber
É um pião rodando ali no chão
E o pirão gostoso de cumê

É o pilão aonde pila o milho
Que a filha o bolo vai fazer
É a tal da Mula-Sem-Cabeça
O Boi da Cara-Preta, o Saci Pererê

Coisas do Mestre Vitalino
Briga de menino, nêgo saruê
As carrancas de Dona Ana
Chiclete com banana, pé de mussambê

Quanto mais o sinhô me explica
Cada vez cumplica o meu intendê
Se vormicê me facilita
Ninguém, se intrumbica quando fô dizê

Folclore, o que é folclore?
O que é folclore procure entender!
Folclore, é o saber do povo
Tudo que o povo gosta de fazer

Folclore, é a reza da beata
É a mãe da mata e o catinguelê
É o neguinho do pastoreio
As favelas do rio e o lindo pé de ipê

Folclore, é livro de cordel
Macaco de chapéu e o maior fuzuê
Para-choque de caminhão
É adivinhação, é zuação, auê

Se folclore é tudo isso
Gente, coisa, bicho, que nem diz vormicê
Entonces conte mais um pouco
Que eu já tô é louco para aprendê

Folclore são os camaradas
Comendo buchada pra se entreter
Folclore é água de pote
E um cheiro no cangote do meu bem querer

Folclore é o lobisomem
E o super homem, que a gente quer ser
Folclore, é Luiz Gonzaga
É uma vaca magra e não sei mais o quê

São essas coisas muito simples
Coisas sem requinte, o popular saber
Coisas que vem de lá da alma
E a gente bate palmas quando a gente lê

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