Por que me vens assim tão enfeitada, morena
Se não é pra mim a tua cena?
E entras porta adentro
Segura do consentimento
Como esperada a todo instante.
E meu amor, quem te garante?

Por que sentas tão provocante, criatura
Se só me cabe essa fissura:
Imaginar o fruto proibido
Pela transparência de teu vestido.

Por que me apresentas, num só momento,
Todo teu envolvimento
E a recusa ao meu desejo?

E com teu beijo de despedida,
Por que me fazes sentir
Que fui muito aquém
Do que poderia ir?

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