Ronaldo garcia

Esses meninos que partiram

Ronaldo garcia
Já se viam marcadas
A fronte do poeta
E da poesia.
Diziam assim:quem diria!
Desfez-se de todo futuro
Bastava dobrar-se ao muro
Da hipocrisia.
Ninguém lhe dobraria!

Falava
De quando em quando falava triste:
Ó pátria mãe que partistes
E abandonastes os filhos teus
Não vez que a alma sucumbe
À trama dos fariseus?

Sofria
Naquele solo estrangeiro
Te entregavas inteiro
À fantasia
Que fazia de ti
A fotografia
De teu carcereiro.

Silêncio
O esforço de teu suplício
Não pode trazer
Um deus brasileiro.

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