No passo do burro morto
Rui carlos Ávila
No passo do burro morto
Um par de amigos campeiros
Voltavam de um entreveiro
Já bem alta madrugada
Ao entrarem na picada
Os dois se viram no meio de um medonho tiroteio
E não podiam ver nada
Contavam que foram seis
Que tocaiarão os viventes
Estampido em chumbo quente
Que vinham de todo lado
E num momento delicado
Onde não basta ter fé
Um deles ficou a pé
Teve o seu pingo baleado
Um par de amigos campeiros
Voltavam de um entreveiro
Já bem alta madrugada
Ao entrarem na picada
Os dois se viram no meio de um medonho tiroteio
E não podiam ver nada
Contavam que foram seis
Que tocaiarão os viventes
Estampido em chumbo quente
Que vinham de todo lado
E num momento delicado
Onde não basta ter fé
Um deles ficou a pé
Teve o seu pingo baleado
O outro perdeu a calma
Vendo o fim da munição
E resolveu a situação
Num gesto de covardia
Ainda o vi quando fugia
Teu companheiro acoado
Gritava no seu costado
E a sua garupa pedia
O maula negou ajuda
E conseguiu escapar
Ali naquele lugar
Um taura foi massacrado
E depois foi encontrado
Com balas no corpo inteiro
Por culpa do companheiro
Que o teria abandonado
Juram alguns que já sentiram
Bem na cruzada do passo
Algo assim como um abraço
De alguém que se engarupou
Nunca ninguém enxergou
Talvez a alma sofrida
De quem ali perdeu a vida
E ainda não se conformou
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