Sérgio rojo

Anoitecer

Sérgio rojo
Entre os rios e os caminhos de terra
Entre os picos e as curvas dos montes
Entre os raios cortantes do sol no horizonte
Entre as teias de ruas estreitas
Entre as ruínas de prédios gigantes
Entre o que resta da lua
E seus raios brilhantes
O vento bate e corta devagar
Soprando leve o concreto desgastado
Enquanto todos fingem entender
Que o vento sopra pra nenhum lugar

Olhares atentos nas ruas eu vi
Os rostos suados secados ao ar
Entre olhares estranhos
E um estranho sou eu
Passos e tropeços no próprio caminho
Meias conversas e sorrisos sozinhos
Um brilho distante eu vi
Bem no meio dessa selva de pedra
Pensei que a vida fosse preto e branco
Sem tons no meio pra pintar um arco-íris
Em busca da paleta mais perfeita
Me esqueci que as cores dependem dos olhos

Somos os ventos que beijam os rostos
Somos os ventos que movem as dunas
Somos os ventos que sopram os barcos e desejos
Pensei que fôssemos folhas ao vento
Sem ideias pra levar a algum lugar
Mas somos braços fortes, incansáveis
E já sabemos onde nós vamos chegar

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