A bruxa
Silveira e silveirinha
Na fantasia da vida dos homens de consumo
Nas grandes avenidas e arranha-céus
Ali passava a deusa da rua
Cobrindo seu rosto com seu lindo véu
Nas grandes avenidas e arranha-céus
Ali passava a deusa da rua
Cobrindo seu rosto com seu lindo véu
Sobre a calçada ela vinha passando
Com seu jeito meigo esta linda mulher
Onde os homens diante de ti curvavam
E humildemente beijavam seus pés
Nas passarelas de festas importantes
Convencia a todos por sua beldade
Os ricos lhe davam tesouros e dinheiro
Manchando o pudor de uma sociedade
Maridos infiéis deixando as esposas
Espalhando infortúnio e a grande maldade
Na missão do amor comprado em alto preço
Da mulher mais linda daquela cidade
Os tempos passaram, cresceu a cidade
Se vê um palacete no fim da avenida
Luzes apagadas, portas descoradas
Surge uma figura estranha e distraída
Essa velha rasgada, suja, empoeirada
Foi a linda mulher, o encanto da vida
As crianças gritam
(“Olha a bruxa, olha a bruxa”)
Essa é a ilusão dos homens no espelho da vida
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