Ventre

Alfinete

Ventre
É como se eu flutuasse com alfinetes nas pontas dos pés, sim
Ferindo tudo ao meu redor, é, logo eu
Logo eu que sinto muito
Eu sinto muito e sim, vou me enfeitar com cada lembrança boa minha
Mas eu preciso me atirar contra o que penso de mim
Da imagem que eu criei de mim
Logo eu, logo eu

E eu sei que assusta, mas a ferida que coço um dia tem que sarar
E nem que seja com um vidro, farpa ou coração
E se a garganta arranha, grita, grita
Cospe tudo de vez, deixa sair
Deixa sair, deixa sair

O gosto ruim na boca é pouco
E não sinto mais pena, nem raiva de mim
Poder sorrir de novo, é
Como aprender a caminhar
Sentir que eu posso entregar de novo

E é mais fácil começar do zero que consertar o que quebrou
Se tornar caça e caçador de si
Pra não se curar demais
Se esquecer não é o que te faz inteiro

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