Revolução descendente
Vera veronikaSão pessoas quebradas e sem fé
Lares destruídos e dizimados, corpos nos becos, mutilados
Profissões de bêbados e viciados
Segundo o legado de suas sinas
Homens que perderam senso de direção
E correm na contramão, atropelando a si mesmo
A cada vômito, a cada forte efeito
Na disso parece causar espanto
A não ser a falta de tudo isso
Crianças aprendem a transar, enquanto outras a roubar
Cheiram cola, cocaína
Na vida que mal começa e já termina
Empunham armas de nariz em pé
Como se fossem armas de brinquedo
Andam perigosamente e jogam com a sorte
Imaginam agir de modo perfeito e nada intimida, Nada
Vários butecos abertos varias escolas vazias
Nada disso parece causar espanto a não ser a falta de tudo isso
Sobre a sombra desses fatos
Andamos, caminhamos como uma doença
Um quebrante infalível que persegue implacavelmente
Aonde quer que se vá e trás a morte
Como cura infalível já que em vida nada cessa
E nada faz parar
Visivelmente percebe-se olhando
Que nem sempre o progresso é ascendente
Aos poucos ele míngua
Inevitável vai passando de mão em mão
De frente para trás, de trás para frente
Produzindo vítimas, filhos de ocasião
Mãos que ferem e são feridas
Muitos são aqueles que assim estão
Entregues ao vento, cobertos de dor e sangue
Carentes de atenção
Só se interessam na próxima arma, vítima, veneno
Destruição, alto-degradação... E mais
Mas logo a poeira dessa confusão senta
Eu olho e digo descanse em paz
Descanse em paz, Descanse em paz, Descanse em paz
Vários butecos abertos varias escolas vazias
Nada disso parece causar espanto a não ser a falta de tudo isso