Vício primavera

22 pães de maçã (ou a contagem do acaso)

Vício primavera
Fim do primeiro Ato
Baixam-se as cortinas lentamente
Os dentes rangendo vontade
E os corações em taquicardia
Podia ser a minha preferida
Cena de bar, canção p?ra chorar
Enfermo mas adiante
Há mais um passo
E sempre haverá

Talvez o seu jeito desconexo de seduzir
Ou minha natureza apaixonada de apreciar o céu
Borboletas no estômago
Bicicleta e óculos escuros
O vento passeia contra mim
Brinca com as linhas do meu rosto
E nesse momento eu sou o personagem mais feliz do
mundo todo

Numa balada de violão insone
E são tantas possibilidades que minha boca enche
d?água
Saliva sustentada para um próximo beijo
Uma formatura, quiçá uma festa dos 15 anos

Uma esquina com cheiro de pão
Relâmpago e saudade, baby
Nuvens no céu da boca
É, relâmpago e saudade

E ela me ataca com um sorriso
Quando digo que prefiro as abelhas ao mel
Mas pode ser acaso, intuição
Retrato amarelado na parede
Aquele do casal feliz que não conhece o sabor
Do fim

...Não nessa vida.

Trocam blues por abraços infinitos
Por beijos longuíssimos e fins-de-semana na praia
No campo, na terra do nunca estaremos tão distraídos
um do outro
Como nossos vizinhos

E se um dia a vontade acabar
Sempre haverá duas balas na agulha
Sempre duas pétalas de bem-me-quer
Um sofá-cama, uma bicicleta de duplo assento
Um geminiano e uma língua de serpente

Pois de repente, sem mais nem porquê
Eu fui rasgado de mim
Pode ser que termine numa frase de lápide
Num bar entre amigos
Ou numa ironia

Aqui se faz, aqui se karma
Eu prefiro o fio da navalha
À não saber a cor do meu sangue
Pois o A-M-O-R ruge madrugada a dentro
É bicho que sente
É calafrio
O mais puro da cidade

E lá, entre os livros e a poeira da estante
Claramente pode-se ver:

22 pães de maçã
22 pães de maçã
22 pães de maçã

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