Viajante
Vinícius barrosDas milícias do sertão
Pra te ter sem despedida
Maria Bonita, Sou teu Lampião
Ou quem sabe um escritor
De contos do interior
Por ser pastor que se valha
Tu minha Marília, eu Tomás Gonzaga
Quem sabe um bom capoeira
De dar rasteira em feitor
Sem grilhão acorrentado
Sem bruto labor
Pra ser só do teu encanto
Servir quem me libertou
Eu vou ser compositor
De uma Loa de valor
Pra declamar no salão
Tu és a canção, eu sou teu cantor
Ou até imperador
Governar com o coração
Fazer vale nova lei
Riso dia sim, choro dia não
Talvez seja um guerrilheiro
Lute na revolução
Veja a morte bem de perto
Chore de aflição
E a cabe a guerra e o medo
E eu volte pra casa são
Queria ser artesão
Pra forjar com perfeição
A fina flor mais bonita
Luz da minha vida em pedra sabão
Ou até agricultor
Pra te dar da plantação
O que for mais doce e puro
Minha sinhazinha, logo de manhã
Mas sou só um viajante
Dos pés exaustos de dor
De destino itinerante
Onde o Sol se por
Querendo voltar pra casa
E casar com meu amor