O silêncio do seresteiro
Zilo e zaloDe uma viola que gemia em minha mãos
As melodias pronunciadas pelas cordas
Quando eu cantava com próprio coração
E quantas vezes eu pernoitava no sereno
O som da viola despertava minha amada
Hoje sozinho sinto na alma o veneno
Das longas noites e das frias madrugadas
E as canções que eu cantava pelas ruas
Deixei de herança para um dos companheiros
Em minha ausência parece a velha lua
Vem ver o silêncio do antigo seresteiro
Meu triste peito torturado pela idade
Em serenata já não pode mais cantar
E para todos que de mim sentir saudade
Os companheiros cantarão em meu lugar
Aqui tão longe das noitadas de seres
Somente a viola guardo de recordação
Do meu passado só a saudade me resta
Porque a vida foi um sonho de ilusão
Esta viola nunca mais fez serenata
Sinto tristeza que cada vez que olho nela
Porque me lembro daquela tirana ingrata
Que foi embora e nunca mais eu soube dela!
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