Angelo trom

A loucura dos fariseus

Angelo trom
A loucura dos fariseus


Havia um tempo eu sei
Olhava pra traz
E via as roupas rasgadas de um jovem rapaz
A vida passa na sua sala
É triste viver e ter que contar
Converter a existência numa espécie de mar
Onde o barco naufragou

É o navio do tempo
É o pavio do medo
É o aviso das horas
Das horas normais

Já que a cada instante
Estão ainda mais distantes
Amor e cidade
Cidade e amor

A sombra da lua
Nos convida
A destilar o ódio
A confundir o sonho
A disfarçar as cinzas
Na sinagoga
Na plataforma
Na água morna

A loucura dos fariseus
A loucura dos fariseus

Que jeito peculiar de enlouquecer
De estar e de negar que se está
E dividir a vida em mil pensamentos
Então podar tantas vezes as asas da paz
a cada momento que passa e não é capaz
De conhecer a sua coragem

É um certo destino
Todo universo escondido
Na palma da mão
No coração

É um gênero daninho
Que esqueceu do caminho
Que leva ao céu
Que leva ao sol


A sombra da lua
Nos convida
A destilar o ódio
A confundir o sonho
A disfarçar as cinzas
Na sinagoga
Na plataforma
Na água morna

A loucura dos fariseus
A loucura dos fariseus


Angelo Trom

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