O rio grande está me chamando
Antoninho da fronteira
Há muitos anos eu deixei o meu Rio Grande
Deixei minha terra e os pagos que eu fui criado
Aqui bem longe a saudades me castiga
É somente o que me obriga a voltar pro meu estado.
Ah, ninguém sabe como é lindo o meu Rio Grande
À tardezinha ver os campos verdejando
Na madrugada, o quero-quero que anuncia:
Lá vem a barra do dia, gaúcho vai levantando.
Até parece que ainda vejo a gauchada
No campo aberto que vem parando rodeio
O Minuano que assopra nas coxilhas
Pois olha é uma maravilha ver um pingo mascando o freio.
Olha, um recado eu recebi da minha terra
Um velho amigo aqui veio me falando
Volta pros pagos, gaúcho velho de luxo
Porque o Rio Grande hoje anda te chamando.
Eu me despeço dos amigos e companheiros
Eu vou-me embora e vou matar minha saudade
Longe dos pagos e da minha velha querência,
Pois, olha, eu tive paciência, mas sofri barbaridade.