Boémia

Terra do nada

Boémia
Atiças o vento da tua vontade
E subitamente sorris
Da força do vento navegas o mundo
Com velas tecidas a giz
Percorres o corpo de lés a lés
Do cimo da alma à ponta dos pés

Descobres à solta um mar mais intenso
Mais forte que o cheiro do incenso
Se é fraca a barcagem de canas e sonho
Mais forte é a coragem de ponho
Guardada em garrafas de vidro
P'ra se for ao fundo
Livrá-la do perigo

Descubro uma ilha
Que não vem nas cartas
A uma milha do amor e duas de casa
Encontro nativos
De face rosada
Que dizem: "Bem vindo à Terra do Nada!"

Aqui nada temes
Aqui ninguém ralha
Aqui ninguém vive no fio da navalha

Bem vindo à Terra do Nada

Aqui nada temes
Aqui ninguém ralha
Aqui ninguém vive no fio da navalha

Aqui simplesmente descobres-te a ti!

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