Bona fortuna

A solidão

Bona fortuna
A solidão me abraça agora
E aos poucos me faz refém
Eu tento tirar as correntes
Correntes do seu desdém

Logo vou me adaptando
Já nem lembro o que é ter alguém
Mas tenho sempre comigo
A solidão que me quer tão bem

Com tanto tempo de cativeiro
Desaprendi o que é amar
Mas hoje me conheço inteiro
Tenho coragem de me enfrentar

Quem sabe em uma tarde dessas
Eu consiga me desvencilhar
E quebre enfim as correntes
Correntes do seu desprezar

E você vem e me abraça
Diz que a dor é breve e passa
E me faz querer sair dessa condição
Mas logo perde a graça
E o tempo sempre passa
E volto a me render à solidão

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