Bona fortuna

Privilégio

Bona fortuna
Porque pressente o que há por vir?
E sempre prevê o pior?
Porque não espera, e vê...

Porque se prende na suposição?
O que me basta é a intenção
Vou vivendo assim, pra ver...

Ah, se eu soubesse
Quanto tempo ainda me resta
Será que algo me faria sorrir?

Ah, se eu pudesse
Antever cada choro e conversa
Alguém ainda me faria sentir?

Porque não tenta me surpreender?
Do amanhã já nem quero saber
Ansioso, assim, eu vou...

A vida é curta pra se privar
Do privilégio que é se espantar
Me soltando, assim, eu vou...

Me cansei da sua insatisfação
Se quer tanto saber por que não vive, então?
A vida é assim, esperar, consentir

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