Bastos, potros e guitarras
César oliveira
Bastos, potros e guitarras
Guitarras, potros e bastos
Cantigas cheirando a pasto
Milongas, polcas, chamarras
Guitarras, potros e bastos
Cantigas cheirando a pasto
Milongas, polcas, chamarras
Um maula berrando forte
Um "recal" ringindo os tentos
"Contra-punteando" com os ventos
Que se levantam do norte
Se eu pudesse cantar versos
Como sou esporeador
Conquistava a china Rita
Cantando versos de amor
D'um potro faço a guitarra
Da guitarra faço um potro
E antes que a noite me alcance
Largo um e encilho o outro
Quem me dera ter na alma
O corpo de um "Martim Fierro"
E as batidas de um cincerro
Me atormentando a calma
Quem me dera ter nos dedos
O que sobra nas esporas
Pra guitarrear nas auroras
E revelar mil segredos
Porém me sobra o que tenho
Pois tenho pouco floreio
Meu canto é a mescla das ânsias
Dos que vivem dos arreios
Sovéus maneias e "riendas"
Fazem parte dessa farra
Porque a vida entreverou
Bastos, potros e guitarras.
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