Empurrando tropa
César oliveiraÍndo buenacho, cria dos "Guerra" lá de "Santana".
Atrês "ontonte" saiu do "Carcáveo" batendo água
E eu vou na estrada, ressabiando as mágoas num florão de "zaina".
"Moreno Augusto", não facilita na volta do passo
Mete o "Picasso" e afina a ponta dessas vaquilhonas
Ajuda o "Kiko" a fazer um fiador no que termina o mato
Já que o "Mulato" vem costeando o beiço de uma redomona.
Trezentas novilhas, pêlo fino, tudo sobreano
Que todos os anos vão pra recria lá na "Guabijú"
É pra entregar pro seu "João Barbosa" sem faltar nenhuma
Gado bem cruzado, de raça "das buena"
Em "Pampa" e "Poliango", sangue de "Zebu".
Já faz muito tempo que eu ando na lida empurrando tropa
Levando na estampa um resto de pampa que ainda não se foi
E dentro d'alma, muitas rondas calmas com cheiro de pasto
Cortando distância, seguindo o rastro...
De um futuro incerto e de casco de boi.
Eu vou na frente pra achar boa aguada e pendura um "consumo"
O horizonte é o rumo da sina estradeira e sempre que se pode
Se desencilha, numa sombra grande, num jeitão gaúcho
Pra se "dá" o luxo de, vez por outra, "engraxá" o bigode.
O tempo arisco, já vem mermando na tarca dos dias
E a gadaria berrando triste, cansada da estrada
Mas menos mal que amanhã de tarde "entregamo" a tropa
E num trote chasqueiro, "largamo" de volta
"Loco" de saudade da mulher amada.
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