Os "loco" lá da fronteira
César oliveiraPois "semo" loco de dá com um pau
"Cruzemo" a nado se o rio não dá vau
Neste mundo "véio" flor de cabuloso
E o "mala bruja" quando esconde o toso
Nós "esporiemo" bem no sangrador
Em rancho de china, se "campiemo" amor
"Entremo" sem sono e "garantimo" o poso
"Semo" medonho no cabo da dança
"Gostemo" mesmo é de bochincho grosso
Que é pra sair tramando o pescoço
Ao trote largo nalguma rancheira
E bem "campante", levantando poeira
Coisa gaúcha, vício de campanha
"Limpemo" a goela num trago de canha
Pois "semo" loco lá da fronteira
"Semo" bem loco, loco de Bueno
Mas "temo" veneno na "foia" da faca
Quando o sangue ferve, e "viremo" a cabeça
Por Deus, paysano! Ninguém ataca!
Nós "semo" loco lá da fronteira
De raça tranqüila, mas de pouca cincha!
E de vereda quando o lombo incha
Saiam de perto, que a xucreza é tanta
Cremo em "percanta" que seja "percanta"
"Apartemo" os "maula" pra outra invernada
E a nossa bebida mais sofisticada
É canha gelada, num "samba com fanta"
Nós "semo" loco, mas não "semo" bobo
"Semo" parceiro de quem é parceiro
Nas horas brabas e no entrevero
Nunca "dexamo" um amigo solito
Pode ser feio pode ser bonito
Mas é nosso jeito de levar a vida
Por ser de campo e por gostar da lida
É que volta e meia nós "preguemo" o grito.
"Semo" bem loco! Loco de Bueno
Mas "temo" veneno na boia da faca
Quando o sangue ferve, e "viremo" a cabeça
Por Deus, paysano! Ninguém ataca!
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