Ritual das garças
César oliveiradas coxilhas
E a tarde exausta repousa na cama das
Maçanilhas
Silhuetas singram serenas povoando os
olhos de graça
Aos poucos veste horizonte com o pala
branco das garças
Ruflando as plumagens densas do céu
derrama o efeito
De alvas pérolas vivas e as nuvens
trazem no peito
Em revoada elas chegam adornando as
Amplitudes
E aportam nas copas altas da ilhazinha
do açude Bis
(As garças são peregrinas pois são
livres pra voar
Levam as gotas do orvalho trazem o sol
pra se deitar
Nasceram pra ser teatinas com a sina de desbravar
Tem açudes como albergues e o mundo
para morar, para morar)
Lambaris vem pra flor d'água os tahãs dão "buenas tardes!"
Saudando as viageiras que chegam fazendo alarde
E o orquestral afinado num babarél se prolonga
Ouvindo ao longe parece um talarear de milongas
O ermo dos amarillos é povoado de alegria
e o arrebol dos aguapés vem dormir com a sinfonia
Pra quem olha a natureza com a alma sobre a retina
Estes rituais são poemas escritos por mão divina Bis
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