Atrito
Contando bicicletas
A chuva molha a carne sacia a árvore quando não
Dá pra parar, não dá pra parar
São as coisas caindo em mim, curioso meu fim
Dá pra parar, não dá pra parar
São as coisas caindo em mim, curioso meu fim
(Eu não sei ser real sem machucar ninguém)
Eu me levanto da cama
O despertador me chama
E eu ainda atordoado
A luz da manhã me cega
Minha janela me nega
Qualquer forma de descanso
Tento atravessar a rua
A maré de carros muda
E estou sendo atacado
O trabalho não acaba
Dois minutos se passaram na última meia hora
Tiro a chave do meu bolso
Minha casa não me traz conforto
Tiro um livro da estante
Mas não o entendo
A canção, um desalento
Azedo o gosto na minha boca
O meu coração palpita
O olhar dela me evita
E a dissonância é evidente
Não nos alcançamos
Mas eu tento e menciono
O atrito da existência
Eu não sei ser real sem machucar ninguém
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