A porta, a janela e as gavetas fechadas
A chave, o portão e a vista da sacada
Há quem me diga que eu devo ficar
Que com o tempo vou me acostumar
Que com o tempo vou me acostumar

Cabeça, engrenagem, direção incerta
Ocre na pele cobre a bicicleta
O que me resta é observar
Vejo a cidade se enferrujar
Vejo a cidade se enferrujar

Quem merece viver pensando assim?
Não acreditando em si
Onde me esqueci?

Procurando meios de reagir
E encontrando um muro que
Eu mesmo que fiz

Tijolo a tijolo desmonto
E encontro despido o meu ser
Logo ao seu lado esse monstro
Só agora fui perceber

Sempre que falo o que penso
Tenho que me esconder
Sempre que grito ao relento
É tanto o que tenho a dizer

Então me vejo aqui
Calado e sem meu nome
Chega de solidão
Daqui saio maior

A porta, a janela e as gavetas abertas
A chave, o portão e tudo o que me cerca
Dessa vida posso até gostar
Com esse sorriso me acostumar

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