O casamento (na travessa do Último riso)
Daniel, o invisível
Então, já em pé no altar, ele diz baixinho "Me disfarço e faço como quem nunca aturou fortes contratempos na tua ira." Em seguida olha para a multidão à sua volta e, tomado pela delicadeza da posição onde se encontrava, completa: "Não cabe a mim expressar abertamente o que há no coração."
Sua mulher, numa tentativa de driblar todo o perigo daquelas palavras que acabara de ouvir, apenas sorri com ternura e diz abertamente "Deixa de esperar o mar de lágrimas passar, vamos legalizar a relação." E apertando com força a mão do amado, suplica: "Largue seus medos e esqueça, por favor, os nossos erros." Por fim revela: "Uma vida nova começou."
Sem se dar conta do óbvio significado da última frase dita pela mulher e cego de raiva pelo caráter melodramático do seu breve e sussurrado discurso, ele, amargo e seco, diz apontando para o próprio peito: "Canto que acredito de verdade que é amor, mas me escondo atrás dessa ferida." Diante da impassível expressão facial da mulher ao seu lado, ele dá um passo para trás e, virando-se, desabafa: "É tanta gente a orar! E haja flores a adornar minha razão..."
Mascarando o seu desespero através de várias camadas de maquiagem, a mulher segue o marido e abre os braços (como se apontasse para a artificial decoração da igreja) enquanto canta: "Veja! São hortênsias essas flores imortais... diferentes de um amor de sucessos parciais. Largue seus medos e esqueça, por favor, os nossos erros... uma vida nova começou!"
Sem nem olhar para trás, ele rebate: "Não são só medos. Há também muito rancor!" E, como se explicasse para um público confuso, termina: "São tantos erros... me desculpe, acabou."
Sua mulher, numa tentativa de driblar todo o perigo daquelas palavras que acabara de ouvir, apenas sorri com ternura e diz abertamente "Deixa de esperar o mar de lágrimas passar, vamos legalizar a relação." E apertando com força a mão do amado, suplica: "Largue seus medos e esqueça, por favor, os nossos erros." Por fim revela: "Uma vida nova começou."
Sem se dar conta do óbvio significado da última frase dita pela mulher e cego de raiva pelo caráter melodramático do seu breve e sussurrado discurso, ele, amargo e seco, diz apontando para o próprio peito: "Canto que acredito de verdade que é amor, mas me escondo atrás dessa ferida." Diante da impassível expressão facial da mulher ao seu lado, ele dá um passo para trás e, virando-se, desabafa: "É tanta gente a orar! E haja flores a adornar minha razão..."
Mascarando o seu desespero através de várias camadas de maquiagem, a mulher segue o marido e abre os braços (como se apontasse para a artificial decoração da igreja) enquanto canta: "Veja! São hortênsias essas flores imortais... diferentes de um amor de sucessos parciais. Largue seus medos e esqueça, por favor, os nossos erros... uma vida nova começou!"
Sem nem olhar para trás, ele rebate: "Não são só medos. Há também muito rancor!" E, como se explicasse para um público confuso, termina: "São tantos erros... me desculpe, acabou."
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