Dogma

Zé ninguém

Dogma
Hoje acordei com uma vontade de ser um Zé-ninguém,
Sair à rua sem ter de cumprimentar ninguém
E o dia estava a correr-me tão bem, mas começei a estranhar tanta luz,
Eis do nada surge o cromo mais raro, mas com o Zé-Ninguém está o caldo entornado
Porque é que hei-de ser um sorriso amarelo se nada me prende a esse outro camelo
E ninguém me paga pra vender minha alma ao diabo
Surgiu uma voz e disse " Pára de ser tão revoltado ", mas eu só queria era ser mais fiel a mim
Seguiu dizendo " Tratar mal os outros está errado ", Não quero mais ser amigo do peito, de quem nas minhas costas vai dizer mal de mim
Nem finjo mais que nutro respeito, fazer parte da peça "obrigado eu rejeito"
Porque é que hei-de ser um hipócrita mais e passar o tempo em conversas banais
Se ninguém me paga pra vender minha alma ao diabo?
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