Eriko alvym

Babilônia

Eriko alvym
Pedras preciosas pegam fogo,
dos lagos vapores sobem anjos,
pedras preciosas melodiam chamas,
na estrada o mal é valente e sensual,

assassinos ganham as muralhas
e decifram o horizonte,
o tigre encarnado no homem
ao nascer da lua mostra o desdém.

Enganemos os guardas
é hora de entrar na Babilônia,
sigamos com os ciganos, meu bem,
como saberão dos anjos
em missão de extermínio?

Pela noite coalhada de luz
gotas de sangue escorrem da lua,
o chacal avisa que o covarde
não encontra abrigo nas sombras sibilantes.

O casal guarda a fertilidade da filha
na jaula, é preciso pagar
para ter linhagem, olha meu amor,
como se corrompem os fiéis da fartura e da vadiagem!

Não adianta sonhar como poeta
- a Babilônia cunha moedas,
não adianta o milagre,
mede-se fácil a alma do ordinário.

Venha comigo pela longa avenida das sombras,
ao redor das fogueiras os pecados borbulham
nas garrafas cheias de almas, o demônio
que o anjo numerou na face
trafica sonhos pervertios com o pastor.

Venha, mulher cujo sexo é o canto de um pássaro
nascido dos sonhos de um casal de anjos enamorados,
venha, minha fada do cio, em algum lugar seremos felizes,
deixemos a Babilônia queimar no vício,

segue comigo, vestida apenas com o vermelho
da tua nudez mais fêmea que a Aurora,
montemos nos cavalos ferozes do coito sem piedade, a gente má
é do passado, todo o deleite é do amor o nosso refúgio abençoado.

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