Escurinho

Acabou-se o mundo

Escurinho
Se nada é de graça me diz quanto é
Quanto vou pagar pra não ter um tostão
Jogado na merda dormindo no chão
Mais um brasileiro indo na contra mão
Depressa como assalto a mão armada ao luar
Parabéns você foi a centésima vítima
Perdeu a carteira perdeu o cordão
Depois deduza isso no seu imposto de renda

Pouco importa se a grana que eu declaro é ilegal
E todo high society vai brincar o carnaval
Será o estado será o cidadão
Que está contribuindo
Pra essa esculhambação
Quando vejo uma criança mendigando no sinal
Sinto que não posso fazer nada
“Hoje é domingo pede cachimbo
Cachimbo é de barro bate no jarro
O jarro é de ouro bate no touro
O touro é valente bate na gente
A gente é fraco cai no buraco
O buraco é fundo”

Acabou-se o mundo
Acabou-se o mundo
Acabou-se o mundo
O mundo acabou
Acabou-se o mundo
Acabou, acabou, acabou, acabou

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