Escurinho

Budismo moderno

Escurinho
Tome doutor essa tesoura e corte
Minha singularíssima pessoa
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo meu coração depois da morte

Ah! Um urubu pousou na minha sorte
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptogama cápsula se esbroa
Ao contato de bronca destra forte

Dissolva-se por tanto minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo

Mais o agregado abstrato das saudades
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo.

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