Mãe
Evandro camperomEu era besta e feliz e depois
Perdi o bonde e a razão
Mãe, nessa cidade de cinza e fumaça
O povo passa por mim e acha graça
Da minha pinta de chover de praça
Camisa aberta, meia estação
É já não se pode endoidecer em paz
Eu descobri que o vento é surdo e mais
Que essa mania de fazer canção
Acaba me matando de verbo e solidão
E que a barriga do peixe guarda o mar
Que a centelha já mora na madeira
Que pras pedras o tempo escorre devagar
Mãe, prometo te ligar qualquer hora
Telefonia é coisa muito cara
E eu continuo liso e sorridente
Abrace a toda gente eu tenho que ir-me embora
Tchau mãe, tchau mãe
Ah, tenho sofrido muito de amor
Comprei um macacão furta-cor
E uma caneta quatro cores
Pra colorir a minha dor
Mãe, até que parece que foi ontem e não foi
Eu era besta e feliz e depois
Perdi o bonde e a razão
Mãe, nessa cidade de cinza e fumaça
O povo passa por mim e acha graça
Da minha pinta de chover de praça
Camisa aberta, meia estação
É já não se pode endoidecer em paz
Eu descobri que o vento é surdo e mais
Que essa mania de fazer canção
Acaba me matando de verbo e solidão
E que a barriga do peixe guarda o mar
Que a centelha já mora na madeira
Que pras pedras o tempo escorre devagar
Mãe, prometo te ligar qualquer hora
Telefonia é coisa muito cara
E eu continuo liso e sorridente
Abrace a toda gente eu tenho que ir-me embora
Tchau mãe, Tchau mãe
Ah, tenho sofrido muito de amor
Comprei um macacão furta-cor
E uma caneta quatro cores
Pra colorir a minha dor